500 - ao Sr. Decaux

O negócio da capela de Nazareth. Os relacionamentos com os Srs. párocos.

Vaugirard, 9 de novembro de 1857

Meu excelente amigo,

Estou bem feliz por nos termos entendido perfeitamente ontem sobre o procedimento a observar em relação à nossa capela de Nazareth. Refletindo bem,  estou cada vez mais persuadido de que nossa diligência a fazer junto ao Sr. Surat²⁹⁰ deve parecer somente uma exposição de nossos motivos, antes de uma oposição formal. Uma resistência demasiadamente determinada não é necessária de maneira nenhuma e ultrapassaria nosso fim. Feriria e ofenderia a autoridade eclesiástica, que não tem a intenção de desprezar nossas observações e que basta-nos esclarecer bem.

Por pouco que nossa resistência deixasse rastro, guardariam lembrança disso na ocasião. Poderiam nos entravar para os sermões de caridade. Por pouco, com efeito, que se acredite a autoridade superior mal disposta para com a nossa obra, não se encontrará um pároco para autorizar nossos sermões numa igreja. Não se deve perder de vista, aliás, que nossa capela, dando acesso à rua e ampla como uma pequena paróquia, fará facilmente sombra ao pároco, qualquer que seja. O Sr. Pároco de Saint-Sulpice ( Sr. Hamon) me avisou muitas vezes para ser discreto e para bem medir todas as nossas diligências, dizendo-me que esta capela tornar-se-ia, sem isso, um problema para nós. O Sr. Pároco de l’Abbaye-aux-Bois me declarava também que, se ele tivesse sido proposto como pároco nesse bairro, teríamos sido para ele um embaraço e uma dificuldade.

Esses pormenores o confirmarão, acho, meu bom amigo, na disposição, onde o encontrei, de agir junto ao Sr. Surat com muita deferência e moderação; estou certo de que nos daremos bem com isso; São Vicente de Paulo não teria agido de outro jeito.

Adeus, meu bom amigo; sou para você, como sempre, devotado de coração e de alma em Jesus e Maria.

                                   Le Prevost