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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 501 - 600 (1857 - 1859)
    • 544 - ao Sr. Halluin
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544 - ao Sr. Halluin

A saúde dos irmãos de Vaugirard. Sinais de falta de vocação em um jovem postulante de Arras. Em que medida a instrução pode ser útil. Da dificuldade de corrigir os defeitos de caráter. Qualidades apreciadas pelo Sr. Le Prevost: piedade, regularidade, dignidade. O Sr. de Lauriston tem necessidade de ser encorajado.

 

Vaugirard, 7 de junho de 1858

 

Caro Senhor padre e filho em N.S.,

 

Escrevo-lhe hoje, sem ter nenhuma particularidade bem interessante a comunicar-lhe, mas, antes, para dar-lhe notícias de nossa casa e de nossa pequena roda. Aqui, os calores pegaram alguns dentre nós e causaram alguns mal-estares. O Sr. Myionnet, só ele, está assaz vivamente atingido até agora, ficou acamado todos esses últimos dias. Hoje, está um pouco melhor, espero que vá restabelecer-se. Um outro de nossos irmãos, o Sr. Boucault, está de cama hoje, seu estado não parece ter nada de grave.

 

O Sr. Lantiez tinha visto o rascunho da carta que lhe tinha escrito Ferdinand, e não tinha feito dificuldade alguma para deixá-la partir. A contar desse momento, o pobre jovem procurou emprego em Paris e, não tendo achado, declarou que desejava ficar definitivamente entre nós. Temporizamos, segundo seu pedido, mas não depositamos confiança alguma nele. A inconstância de sua vontade e a falta de elevação nos sentimentos não permitem pensar que haja nele uma vocação séria. Ele não pode recusar-se a tornar-se o camarada e o amigo das crianças bem novinhas que o cercam e, longe de sustentá-las, se faz criança e fraco como elas. Esse defeito, do qual observação nenhuma pôde corrigi-lo, é uma causa constante de inquietude para nós, ao mesmo tempo em que impede, para ele, todo progresso e todo passo para frente no bem.

 

Você terá sido informado, sem dúvida, caro Senhor padre, do fim edificante do pai do Sr. Carment. Devemos bendizer a Deus que pôs um ponto final a seus longos sofrimentos e sobretudo que lhe inspirou, em seus últimos anos, sentimentos de fé viva e de piedade sincera. Uma semelhante consolação é dada em geral a todos os nossos irmãos, cuja consagração a Deus é, para suas famílias, uma fonte de graças e de bênçãos.

 

Fico sabendo com prazer que nosso jovem irmão Thuillier lhe dá satisfação e tenho confiança de que continuará assim. Aqui, só tínhamos motivos para estar contentes com ele. Ficarei bem satisfeito se ele me escrever algumas linhas todos os meses mais ou menos. Isso o sustentará e o exercitará um pouco a escrever. Nesse particular, é pouco adiantado, um pouco de cultura lhe seria vantajosa e poderia torná-lo mais útil. Não lhe desejo, todavia, ciência humana bem grande, esses pobres jovens encontram nela muitas vezes uma ocasião de orgulho ou um obstáculo para sua vocação. Temos disso um exemplo no irmão Michel; não sei, caro Senhor padre, se não é um partido perigoso deixar esse moço preparar-se em sua casa, para conseguir seu diploma de professor primário. Se esse caminho lhes for aberto uma vez, seus jovens acharão cômodo prepararem para si em sua casa uma posição e comprometerão bastante a vocação dos jovens irmãos, que essa inclinação arrastará como os outros. O melhor seria que ele se dirigisse para outro lugar, para  fazer seus estudos e conseguir tal carreira que quereria.

 

O irmão Georges  [de Lauriston] vai bem, com piedade e boa vontade de coração, mas sua cabeça é bem pouco forte. Um nada o perturba, a menor responsabilidade é um peso para ele. Sempre duvida de si mesmo, e essa timidez quase doentia prejudica seu descanso, assim  como o êxito das obras que conduz; mantém-se, no entanto, mas é preciso constantemente encorajá-lo e reerguer sua confiança. Não acho que essa disposição possa facilmente se corrigir. Acho que é inerente à sua natureza e à sua organização física.

 

Desejo vivamente, como você, caro Senhor padre, que nos seja possível dar-lhe mais tarde um pouco de ajuda mais eficaz. Conseguiríamos talvez, se o Sr. padre Tabarie se voltasse definitivamente para a Comunidade, por um movimento de generoso devotamento. Esperemos que o Senhor dignar-se-á inspirar-lhe isso. Não temos outro sujeito, fora do Sr. Alphonse Vasseur, para conduzir nosso serviço de sapataria, o jovem que tinha tentado trabalhar ali com ele e dar-se ao serviço de Deus não perseverou. Nosso novo irmão continua dando-nos satisfação, vai muito bem nas classes com o Sr. Lantiez, tem uma dignidade perfeita, uma instrução religiosa adiantada, uma piedade e uma regularidade exemplares. Esperamos que vá bem; seus antecedentes eram muito bons. O irmão Cousin nos dá também satisfação por seus bons sentimentos, sua saúde se mantém, mas é pouco despachado e não é habilidoso; com o tempo, porém,  pode tornar-se mais útil, a boa vontade é tão agradável a Deus.

 

Abraço-o assim como aos nossos irmãos, caro Senhor padre, e mando-lhe todas as afeições da família.

 

Seu todo devotado amigo e Pai em N.S.

 

                                   Le Prevost

 

P.S. O Sr. Deberly vai fracamente em Amiens; não se pode contar com ele nem para a Comunidade nem para uma obra de abnegação.

 

Devemos a você o preço das pequenas enxadas trazidas pelos irmãos por ocasião do retiro, não sei exatamente seu preço.

 




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