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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 501 - 600 (1857 - 1859)
    • 547 - ao Sr. Guillot
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547 - ao Sr. Guillot

Devoção marial. Como as provações contribuem à nossa santificação.

 

Vaugirard, 25 de junho de 1858

 

Caríssimo filho em N.S.,

 

Você me acusa, com certa aparência de razão, de não manifestar muita diligência em responder à sua última carta; explico a nosso irmão Jules [Marcaire], que os dirá para você, os diversos impedimentos que me sobrevieram nestes últimos tempos. Tinha também o pensamento de que, um  dia ou outro, eu iria vê-lo em Amiens, e que minha resposta, levada por mim mesmo, seria ainda melhor, sendo que a gente entende-se bem mais facilmente por conversa de coração a coração do que por correspondência. Não renuncio a esse projeto e tenho a firme intenção de não deixar passar a estação sem visitá-lo. Até lá, caríssimo filho, eu o acompanho, a partir daqui ,com os olhos do espírito; Deus me concede essa graça de tê-lo habitualmente presente, penso em você muitas vezes e, sobretudo, rezo por você bem fielmente todos os dias.

 

Os pormenores que continha sua carta me interessaram muito. Reconheci com você a misericordiosa bondade da Santíssima Virgem, que recompensou sua confiança filial para com ela e lhe proporcionou a doce consolação de ir rezar em seu santuário, antes de ir retomar seus trabalhos. Considere, caríssimo filho,  que, se sua condescendência estende-se a essas pequenas suavidades, como  deve ser-lhe ainda mais atenciosa e presente em suas necessidades essenciais, em seus empregos, nos atos de sua vida espiritual. Tenha, portanto, uma confiança mais firme e mais constante, e, sobretudo, não considere como indícios do desencanto de Deus suas penas, seus desgostos, suas securas. Ponhamos claramente em nosso espírito que esses estados da alma são tão inevitáveis como o são, na ordem natural, a noite, as sombras, o inverno, as intempéries, as doenças, as perdas dolorosas. Tudo isso entra, nos planos de Deus, em nossa santificação. À medida em que as coisas rudes, penosas, as que despedaçam, vêm acontecendo, parecem-nos amargas e horríveis, mas, vistas de cima, são como as sombras num quadro, como as alternativas do frio e do calor; ambos contribuem a fecundar a terra e a preparar as colheitas. Deixe, portanto, o Senhor cultivar como quiser a terra de seu coração, permaneça em paz, descanse tranqüilamente sobre sua sabedoria e sobre seu amor, os frutos virão em seu tempo. Uma santa religiosa, muito avançada na caminhada espiritual, me dizia ultimamente: “se queremos ser homens interiores, saibamos levar a pequena vida, quer dizer comprazer-nos em ocupações humildes e nas posições escondidas; saibamos também, aconteça o que acontecer, permanecer em paz, felizes e bendizendo a Deus.” Suas inquietudes sobre suas disposições, seus medos sobre suas securas e desgostos não têm, portanto, fundamento. Deus o quer assim, deixe-o agir; de outra forma, você seria, talvez, tentado pelo orgulho ou atormentado sem medida por outras tentações não menos penosas. Mais uma vez, recoloque-se, simplesmente e com pleno abandono, no Coração do divino Senhor, recomende-se ao Coração misericordioso de Maria e descanse em paz.

 

Adeus, caro amigo, todos os corações estão em uníssono com os seus por aqui; ame muito nosso irmão Jules e abrace-o por nós.

 

Seu amigo e Pai em N.S.

 

                                   Le Prevost

 




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