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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 501 - 600 (1857 - 1859)
    • 565 - ao Sr. Maignen
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565 - ao Sr. Maignen

O Sr. Le Prevost desenvolve seu Instituto sem espírito de sistema. Suas reservas a respeito da utilidade dos Congressos. Lucidez e franqueza do Sr. Le Prevost frente ao irmão Maignen. Diversidade necessária entre as Obras. “Seguimos nosso caminho porque Deus nos colocou nele.” Manter-se discreto e reservado, sobre a  Congregação. Nosso fim último: irmos à procura das almas para trazê-las a Deus.

                                                                                                     Duclair, 26 de agosto de 1858

         Agradeço-lhe, caríssimo filho, por me ter escrito algumas palavras de boa lembrança. Esse sinal de afeição me foi doce; você me faz falta aqui, pois, por terno que seja meu apego para com todos os meus irmãos, os mais antigos têm sempre algum privilégio de preferência, nos limites que permite a caridade. Mas não quis pedir formalmente que você venha, deixando-o examinar com nosso irmão Paillé o que era o melhor para seu bem e pelo bem de suas obras.

         Não me oponho à sua viagem a Angers298; não espero dela tanto bem quanto você. Fazem-se, nesses Congressos, de costume, mais discursos do que fruto verdadeiro e sólido para as obras; mas, enfim, falando pouco e procurando simplesmente recolher algumas luzes nas experiências dos outros, você pode, talvez, tornar essa viagem de alguma utilidade. Digo “falando pouco”, e insisto nisso por várias razões. Primeiro, falta-lhe, entre várias qualidades felizes de que você é dotado, uma certa nitidez e firmeza de espírito essenciais para a discussão e cuja ausência faz com que seja facilmente derrotado e que, muitas vezes, você mesmo se põe fora da questão. De outro lado, todos esses Senhores, chefes de patronatos, têm, errada ou corretamente, idéias muito categóricas, enquanto você, humilde instrumento nas mãos de Deus, só sabe o que Ele lhe mostrou até agora, isto é, ainda pouca coisa. Não quero saber se é com justiça que os outros se podem pretender melhor esclarecidos, mas eu gostaria que, no seu caso, você se mantivesse invariavelmente nessa linha. Cremos que, nos diversos sistemas de patronato, pode haver alguns mais perfeitos do que outros, mas não achamos que se possa, uniformemente, impô-los a todas as localidades e circunstâncias. Achamos que a diversidade dos meios está nas vistas de Deus, para acudir a necessidades que não são as mesmas em toda a parte. Aliás, os recursos de que o mundo das obras dispõe são pouco numerosos demais para que se despreze algum: tais meios usados utilmente, nas condições em que estão colocados, perderiam seu dinamismo e sua eficácia se se quisesse impor-lhes formas para as quais não são feitos e às quais não poderiam se prestar. Deixemos, portanto, a obra de Deus se desenvolver numa certa variedade que Ele mesmo pôs em todas as suas obras e só procuremos absolutamente a unidade da fé comum e do desejo unânime de sustentar e de assistir cristãmente os aprendizes e operários na carreira rude e perigosa que eles têm de seguir.

         Recomendo-lhe, sobretudo, uma sábia reserva sobre a Comunidade. Só fale nela na medida em que for indispensável fazê-lo: não temos necessidade de que nos dêem atenção, entregamos a Deus o cuidado de nos conduzir e o de nos apresentar, quando e na medida que Lhe convier. Nosso fim último, fundindo em vida comum todos os nossos recursos e nossos meios é, quanto à vida exterior, irmos à procura das almas para trazê-las a Deus. Parece nas vistas da Providência unir intimamente para esse fim, em nossa Comunidade, os dois elementos eclesiástico e leigo, e criar apoios para nós nas diversas sociedades caridosas. Andamos até agora em paz profunda e sem embaraço algum; não pretendemos, no entanto, dizer que todas as nossas provações estejam terminadas e que nossa constituição tenha chegado à sua consumação. Andamos, passo a passo, sob a conduta de Deus, e continuaremos a andar sob seus olhos docilmente. Não pretendemos, logo, nos colocar como os guias dos outros, pois nós mesmos somos guiados e conduzidos, mas esperamos que, indo conosco, se vai sob a mão do Senhor. Achamos bom e sábio tudo o que fazem os outros, não preferimos nosso caminho a nenhum outro, nós o seguimos porque Deus nos pôs nele e esperamos, se formos fiéis a seus desígnios, chegar a um final feliz. Eis aí tudo o que sabemos. Gostaria que você se mantivesse estritamente dentro desses termos. Acho também que não deve tomar nenhum compromisso nem prestar-se a nenhuma associação, sem ter falado antes comigo. Teria desejado que o Sr. Caille, cujo espírito é bastante positivo e preciso,  pudesse ir com você a essa reunião, mas acho que ele está muito ocupado e que toda a sua casa está bem carregada neste momento. Se você invocar fielmente o Senhor e se Ele dignar-se assisti-lo, você não precisará de ninguém: Ele estando presente, Ele é o suficiente.

         Adeus, caro filho, até logo, abraço todo o mundo bem ternamente.

         Seu Pai afeiçoado

                                   Le Prevost





298 Trata-se aqui do 1o Congresso dos Diretores de Obras operárias que houve em Angers do dia 31 de agosto ao dia 3 de setembro de 1858. Sob o impulso de M. Maignen, será precisado o objetivo das Obras operárias: “Fazê-los orar e brincar; apoiá-los pela assistência profissional.”





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