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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 501 - 600 (1857 - 1859)
    • 574 - ao Sr. Halluin
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574 - ao Sr. Halluin

A Obra de Arras ainda não é nem muito sólida, nem bem assentada; mas Deus terminará o que Ele começou. Negócios imobiliários. Um jovem postulante voltou a Arras. Os laços de família podem ser um perigo para os irmãos. O irmão Cousin sonha  com o sacerdócio. O Sr. Le Prevost é favorável.

 

Vaugirard, 2 de outubro de [1858]

Santos Anjos

 

Caro Senhor padre e filho em N.S.,

 

Nosso querido padre Lantiez confirma por suas conversas tudo o que você me diz de consolador sobre seu grupo,  tanto para os irmãos como para as crianças. Bendigo ao Senhor que se digna utilizar instrumentos tão imperfeitos e realizar o bem com meios tão fracos. Não me dissimulo, com efeito, caro Senhor padre, que ainda fica muito para fazer a fim de estabelecer nossa querida obra de Arras numa situação verdadeiramente sólida e bem assentada. Mas vamos passo a passo, como apraz ao Senhor nos fazer andar, e usamos os meios que Ele digna-se nos colocar na mão, esperando de sua bondade que Ele termine as coisas que começou.

 

Fico sabendo com prazer sobre as disposições que lhe proporcionaram, bem perto de sua casa, um terreno para ocupar suas crianças. Acho muito sábio também a idéia que você tem de não fazer unicamente em seu nome a aquisição da casa encravada nesse terreno: uma aquisição colocada sobre duas ou três cabeças em forma de tontina, como fizemos aqui para nossos diversos imóveis e em Amiens igualmente, é mais segura para o futuro e servirá também a consumar cada vez mais nossa união. Não será necessário para isso que nenhum de nós se desloque, bastará que o Sr. seu notário lhe dê um pequeno formulário de procuração, que farei preencher e assinar por um ou, antes, dois de nossos irmãos. Se seu notário quisesse um modelo da fórmula de tontina que adotamos, a exemplo da maioria das comunidades, poderíamos enviá-lo.

 

Nosso irmão Georges [de Lauriston] foi visitar o Sr. de Bunneville no endereço que você lhe tinha indicado, mas não o encontrou. Acho que ele foi vê-lo na casa de saúde, rua Saint Lazare, onde esse Senhor se retirou. Como esse bom irmão está fora de casa neste momento, não posso responder bem precisamente em qual estado o encontrou; se ele voltar antes que eu feche esta carta, vou pedir-lhe para me informar mais completamente.

 

Não pudemos impedir Ferdinand de chegar a Arras. Uma tia sua, boa mulher talvez, mas que sempre tendeu a fazê-lo sair de nossa casa, como fez também todos os esforços para fazer sair sua irmã do convento, essa tia, digo, o atraía há muito tempo, ele queria chegar junto a ela. Escreveu-me, ao sair, uma carta bastante boa, prometendo voltar para perto de nós, quando estivesse se  tornado um pouco mais firme e mais seguro em sua caminhada. Pobre menino, que Deus digne-se ampará-lo e dirigi-lo!

 

Não perdemos a esperança de vê-lo no retiro, mas, se você não enxergar possibilidade de vir, seria, ao menos, para nós uma consolação que estivesse no encerramento. Não estou prevendo que eu vá visitá-lo nesta estação. Estarei bem feliz se  de seu lado, você nos fizer uma pequena visita.

 

Acho que é preciso dissuadir afetuosamente o irmão Firmin [Thuillier] de seu pensamento de ir ver sua família. É uma verdadeira tentação: ele mesmo concordava que, em Amiens, a proximidade de sua mãe e seus relacionamentos de família eram um perigo para ele. Aliás, devemos acostumar-nos a entregar nas mãos de Deus o cuidado de nossos familiares, fora do caso em que a caridade e a necessidade indicam que temos que agir diretamente.

 

Parece-me que não se deveria retirar ao irmão Cousin a esperança de entrar no sacerdócio, se sua saúde continuar a se restabelecer. Talvez fosse possível, se ele passar bastante bem o inverno, entender-se com esses Senhores do Seminário e obter deles que, na primavera, lhe façam concluir seus estudos devagar, talvez até sem deixar a casa. O coração desse bom jovem me parece perfeito e eu acreditaria de bom grado que Deus o escolheu, por causa de sua simplicidade e de sua pureza de intenção. Algumas palavras de encorajamento neste sentido lhe fariam grande bem, se você partilha esse sentimento. Ele nos seria mais útil como padre do que como leigo, tendo aptidões, antes, num sentido do que noutro. Deus lhe inspirará o que se deve fazer.

 

Uma dama das amigas e aliadas de nosso irmão Georges, a Senhora Condessa de Granville, que reside em Nantes, na mesma casa em que a família de Lauriston, me pede para recomendar-lhe uma obra que a interessa muito e à qual dá todos os seus cuidados. A obra consiste em obter que os padres, e sobretudo as comunidades, se comprometam em dar, a cada mês, em dia fixo, uma missa em reparação dos ultrajes feitos a Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento. A maioria dos Monsenhores Bispos dão aprovação a essa obra, que está espalhada em quase todas as dioceses, mas não em Arras, parece. Dona de Granville espera que, através de você, ela se introduza ali. Já se celebram cerca de 500 missas por mês nessa intenção. Aceitamos aqui dar uma por mês, felizes demais por concorrer em reparar assim as indiferenças e ofensas de que nosso divino Mestre é o objeto.

 

Adeus, caro Senhor padre, espero vê-lo logo; abraço-o, assim como nossos irmãos, e peço aos Santos Anjos da Guarda para vigiar com ternura sobre você e sobre sua casa.

 

                                   Le Prevost

P.S. O pequeno irmão Jean-Baptiste me parece bem novo para fazer ofício de vigilante de dormitório; acho que será bom que só tenha esse cargo de passagem.

 




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