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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 601 - 700 (1859 - 1860)
    • 640 - a Dom Angebault
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640 - a Dom Angebault

Incerteza persistente sobre a solução sobre a solução a dar aos relacionamentos entre os dois elementos eclesiástico e leigo no Instituto.

 

Vaugirard, 24 de setembro de 1859

 

Monsenhor,

 

Tínhamos entrevisto, pela última carta de que Sua Excia. nos honrou, que uma ocasião próxima nos seria dada de nos vermos reunidos aqui alguns instantes a seu redor, e essa esperança havia sido bem suave para nossos corações que lhe são tão respeitosamente devotados. Eu tinha pensado, de meu lado, Monsenhor, que, se essa cara visita fosse um pouco adiada, Sua Excia. teria a extrema bondade de me mandar por escrito alguns conselhos no tocante aos pontos importantes de nossa Constituição que ainda não estão bastante definidos. Mas não recebemos, meu bom Senhor, nem anúncio de sua chegada, nem carta que nos sirva de consolação.  Com toda a confiança, então, resolvo escrever-lhe para solicitar algumas palavras de sua afeição paterna, que nos encorajem e nos assegurem que seus olhos sempre estão sobre nós. Temos necessidade, com efeito, de senti-lo assim presente para nos dar confiança, pois, embora invoquemos o Senhor a fim de sermos esclarecidos sobre nosso caminho, não recebemos até agora nenhuma luz e continuamos no vago e na incerteza. Se essa situação está segundo os desígnios de Deus, nós a aceitamos bem cordialmente; de outra forma, parecer-nos-ia melhor sair dela. Essa indecisão, com efeito, torna nossa caminhada um pouco incerta e impede também nossos desenvolvimentos, pois os candidatos eclesiásticos ou mesmo leigos estão sendo afastados por uma condição ainda mal assentada. Ela nos deixa, além disso, numa espécie de solicitude, em relação ao estado imprevisto em que nos encontraríamos, se a obrigação imediata de tomar uma decisão viesse a se apresentar; obrigação que nos chama a atenção neste momento, tanto mais que minha saúde está extremamente enfraquecida e pode me constrangir a me retirar para preparar as contas que terei de prestar a Deus, ou mesmo a responder a seu chamado.

 

Hoje, o Sr. padre Halluin, homem eminente em virtude e bem conhecido, ao menos de nome, por Monsenhor, me escrevia de Arras, onde dirige a casa que ele associou às nossas obras, para me representar que dois eclesiásticos se tinham oferecido a ele, mas que eles, como vários outros, estavam barrados pelas particularidades de nossa Constituição. Ele me propunha consultar o Sr. Bispo de Arras, uma das luzes da Igreja da França. O Sr. Caille, leigo, de seu lado, que dirige a casa de Amiens, preocupando-se também com esse grande assunto, me perguntava ultimamente se, pelo intermédio paterno de Monsenhor, poderíamos obter que nossos Senhores Bispos de Paris [Cardeal Morlot], de Arras [Dom Parisis], de Amiens [Dom de Salinis] e, talvez, também de Tours [Cardeal Guibert], se concertassem com Sua Excia. sobre a combinação que poderia convir melhor às nossas necessidades e unir os dois elementos necessários de nossa comunidade. Se esse meio lhe parecesse o mais sábio, Monsenhor, eu estaria muito disposto a seguir para todas as instruções que Sua Excia. acharia dever me dar para sua execução.

 

Se julgassem que o elemento eclesiástico deve nítida e decididamente predominar, a coisa seria logo feita e a hierarquia bem facilmente estabelecida; seria, nesse aspecto, um grande descanso para o espírito. Mas, se pode objetar que os irmãos eclesiásticos são 6 e os leigos 30, que a obra foi fundada por estes últimos, ao menos nos seus começos, assim como os Estabelecimentos dos quais ela cuida, que o temporal foi quase inteiramente fornecido pelos leigos, enfim, que a natureza de seus empreendimentos pede que eles tenham bastante iniciativa, liberdade e influência para operar utilmente nas obras. Não seria possível pôr à testa da comunidade um chefe supremo eclesiástico, limitando sua jurisdição ao espiritual somente e à direção mais particular dos irmãos eclesiásticos? Se sua esfera de ação fosse bem traçada, seria de se recear conflitos e um tipo de antagonismo entre o chefe eclesiástico e o Diretor leigo?

 

Se a comunidade tivesse, como hoje, um Bispo protetor, se encontrariam junto a ele conselhos, em elevada arbitragem para prevenir os conflitos, ao mesmo tempo que se faria a ligação ao Episcopado por um laço de dependência filial.

 

Quando todas essas perguntas se colocam diante de mim e que tento seguir-lhes as conseqüências na prática, não enxergo mais com muita clareza e fico na dúvida e na indecisão. Digne-se rezar conosco, Monsenhor, para que o Pai das luzes nos ilumine, digne-se também nos dizer se Sua Excia. tem algumas idéias sobre esses pontos tão interessantes para nosso futuro e, enfim, se acreditaria que se pode esperar um bom resultado do exame que seria concertado entre Sua Excia. e os Srs. Bispos indicados acima, no tocante às questões que nos ocupam.

 

Peço humildemente, Monsenhor, sua bênção paterna e sou, em N.S.

 

Seu humilde servo e devotado filho

 

                                                    Le Prevost

 




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