Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText |
Jean-Léon Le Prevost Cartas IntraText CT - Texto |
|
|
724 - ao Sr. RisseComo, salvaguardando os princípios essenciais da vida comum, o Sr. Le Prevost se acomoda às necessidades do momento. Antes de tudo, a abnegação de si mesmo; oferta de enviar um visitante oficioso. Não se preocupar dos recursos materiais.
Vaugirard, 26 de novembro de 1860
Caríssimo Senhor padre,
À medida que avançamos e que nossas comunicações nos aproximam mais, felicito-me cada vez mais pelo bom movimento que o voltou para o nosso lado; por isso, bendigo a Deus que é princípio desse movimento e vejo nisso mais um testemunho de suas bondades para com nossa pequena família. Fico comovido, em particular, por sua abertura de coração, por sua boa vontade tão manifesta, pela simplicidade profundamente cristã com a qual você entra em nós. Tenha boa certeza de que o pagamos de volta, não estaremos devedores, em afeição, cordial franqueza e dedicação a você e à sua obra, que consideramos doravante como nossa, já que é como uma parte de seu ser. Por isso, tudo o que você puder almejar de espírito conciliador, de consideração pelas necessidades de sua posição, você o encontrará como tem direito de esperá-lo; devemos salvaguardar os princípios essenciais da vida comum, mas, admitidos esses princípios, saberemos nos acomodar na prática, na medida em que o bem das obras o pedir. Quer dizer também que teremos todas as deferências possíveis para as afeições de família e os deveres que a Providência lhe impôs manifestamente. Não vejo, caro Senhor padre, em tudo o que me escreveu, o mínimo obstáculo sério; uma coisa domina tudo e me dá esperança acima de tudo: seu bom desejo e sua franca abnegação; quem traz consigo disposição igual mostra que vem em nome de Deus, os braços se devem abrir para recebê-lo; é o que faço nesta hora, caríssimo Senhor padre: abro bem largamente meus braços e meu coração, assegurando-o de que todos entre os nossos estão unânimes comigo.
Acho muito bom o regulamento de seus pequenos exercícios, será o começo de sua entrada em Comunidade. Seria agradável para você, esperando o momento ainda afastado de sua viagem a Paris, que um de nossos irmãos eclesiásticos, o padre Lantiez, por exemplo, que se sente grande simpatia por você, fosse, sem barulho, é claro, fazer-lhe uma pequena visita? Ele fraternizaria com você e com seu pequeno círculo íntimo, lhe daria tais informações que lhe pareceriam úteis e talvez traria consigo, na volta, o bom sapateiro que você oferece nos mandar. Acho que essa disposição não seria sem vantagem e se, discretamente, não se desse à vinda de nosso irmão outra importância exterior que a de uma visita de amigo e de confrade em patronato, ela não teria para sua roda, não íntima, significação que despertasse a curiosidade. Veja, todavia, caríssimo Senhor padre, o que acha dessa idéia que me passa pelo espírito enquanto lhe escrevo e que enuncio sem grande exame. A respeito do bom sapateiro, se tem piedade, dedicação real e o indispensável das qualidades para a vida comum, tenho muita confiança de que vai se acostumar entre nós. Temos um irmão alemão [Emes] que nos veio de Cologne, há alguns meses, e que é um excelente sujeito. Falarão alemão juntos; temos também uma pequena oficina de sapataria funcionando bem, composta de algumas crianças boas e dóceis, ele poderá dirigi-las.
Acho, caro Senhor padre, que você não tem que se preocupar muito com as questões materiais. Quando tiver chegado para você o momento de viver com alguns irmãos, você se acomodará dos recursos que estiverem melhor à sua disposição e, pouco a pouco, a boa Providência, em cujo cuidado você jogar-se-á, saberá fornecer-lhe, dia após dia, os elementos que melhor convierem à sua situação. Não tenha preocupação também pelos recursos necessários à subsistência da comunidade; tenha boa certeza de que, em tempo oportuno, o bom Mestre suscitará tudo o que lhe for necessário por caminhos que Ele sabe e que sua bondade paterna lhe mostrará. Você sabe o que Ele disse aos apóstolos ao enviá-los; Ele ainda fala a mesma coisa a todos aqueles que, em seu nome, evangelizam os pobres e se dedicam desinteressadamente à salvação de seus irmãos. Os recursos de existência de nossas cinco comunidades são diversos, mas nenhuma tinha melhores condições do que as em que você se encontra e nenhuma faltou alguma vez do necessário; vá, portanto em confiança e diga como São Francisco: Temos uma mãe (a Comunidade) que é bem pobre, mas temos um pai (Deus) que é bem rico. Ele terá para você, conte com isso bem firmemente, todas as riquezas de que você precisar, quer dizer o necessário e a alegria de coração que se encontra no seu serviço.
Adeus, caro Senhor padre, acredite em todos os meus sentimentos de terna afeição em N.S. Seu amigo e Pai
Le Prevost
|
Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText |
Best viewed with any browser at 800x600 or 768x1024 on Tablet PC IntraText® (V89) - Some rights reserved by EuloTech SRL - 1996-2008. Content in this page is licensed under a Creative Commons License |