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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 701 - 800 (1860 - 1861)
    • 728 - ao Sr. Decaux
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728 - ao Sr. Decaux

Resposta à Sociedade de São Vicente de Paulo a respeito da propriedade dos imóveis de Nazareth e de Grenelle.

 

Vaugirard, 24 de dezembro de 1860

 

Meu excelente amigo,

 

Respondo com o menor atraso possível ao convite que me fez de procurar com você os meios de assegurar os direitos que pode ter a Sociedade de São Vicente de Paulo sobre os dois estabelecimentos de Nazareth e de N. D. de Grâce. Pedi a Deus, antes de tudo, para me esclarecer, a fim de nada dizer que não fosse segundo a caridade, segundo o coração de você, conseqüentemente314.

 

Parece-me em primeiro lugar que, com a boa vontade que nos anima de ambas as partes, não é muito difícil encontrar, sobre o ponto de que se trata, uma solução satisfatória. Basta, para isso, a meu ver, estudar as condutas da Providência na formação dos estabelecimentos em questão, e conformar-se a isso em toda a simplicidade. Em primeiro lugar, aprouve à sua divina Sabedoria que a iniciativa e a responsabilidade desses estabelecimentos fossem aceitas por mim, na recusa da Sociedade de São Vicente de Paulo, e que o fundo essencial da fundação fosse o resultado de minha labuta e de meus cuidados; acho que convém levar em conta esse primeiro fato. Por um efeito da vontade de Deus, minhas forças tendo enfraquecido na execução da obra de Nazareth em particular, nossos amigos, e você à sua frente, meu excelente amigo e irmão, vieram a meu socorro por um puro movimento de generosidade e de afeição no princípio, e, mais tarde, no interesse também da Sociedade de São Vicente de Paulo, cujas obras você desejava assim favorecer. Aceito, como a primeira, essa segunda disposição onde vejo ainda a ação do Deus de caridade. Ele quis, estou profundamente convicto disso, que nossos esforços fossem unidos e, ajuntando suas penas e as de nossos Confrades às minhas, Ele tendeu a estreitar os laços que deviam nos associar no interesse do bem. Mas aqui, você observa justamente que, se o movimento inicial e os trabalhos de nossa Comunidade para a fundação das casas em questão são constatados pelas garantias e títulos que ficam entre as mãos dela, o concurso dado em seguida por você e por nossos Confrades permanece até agora sem reconhecimento expresso e sem direito formal. Penso com você, meu bom amigo, que os homens melhores e mais dedicados têm seus momentos de paixão ou de ilusão, que os mal-entendidos acontecem até entre os servos de Deus, que pode ser sábio, conseqüentemente, que a Sociedade de São Vicente de Paulo se assegure algumas garantias representando o apoio e o concurso que deu a esses dois estabelecimentos. A meu ver, ela as teria vantajosamente tomando sobre os dois imóveis uma hipoteca proporcionada às importâncias que forneceu ou que poderia ainda fornecer. Esse meio, que salvaguardaria de um modo eqüitativo seus direitos, confirmaria ao mesmo tempo para o futuro a associação de nossos trabalhos e dos da Sociedade, pois as hipotecas em questão representariam necessariamente importâncias consideráveis demais para que se pudesse facilmente desligar-se de um lado ou de outro.

 

Não vi, meu caro amigo, após exame amadurecido, meio mais simples e mais seguro de dar satisfação ao pedido que você me fez; espero que vá parecer-lhe, assim como a nossos Confrades, tal como você o desejava. Não saberia, de resto, lembrar-lhe bastante que suas intenções e as nossas são absolutamente idênticas: procurar à Sociedade de São Vicente de Paulo como à nossa Comunidade que lhe é toda dedicada, um local para as obras, fazer dessas obras ocasiões de santificação para aqueles que trabalham nelas e meios de salvação para os seus destinatários; é, para você como para nós, o único fim que almejamos.

Alguma vez o pensamento me veio que, esmagado pelos cargos multiplicados que suas obras fazem pesar sobre sua pessoa, você me agradeceria se eu retomasse, ao menos momentaneamente, o cuidado de procurar os recursos para diminuir as dívidas que pesam ainda sobre Nazareth e N. D. de Grâce. Fiquei parado sobretudo pelo medo de não conseguir isso senão fracamente nas condições de saúde e de retiro obrigatório em que me encontro, e de recuar assim indefinidamente o momento em que nossas obras usufruirão, sem despesas de aluguel, dos locais que as abrigam. Deixo, todavia, a questão à sua apreciação e, se você achasse nisso algum alívio, tenha certeza, meu bom amigo, que eu utilizaria, nem bem nem mal, meu resto de forças para procurá-lo a você.

 

Continuo sendo como sempre, com uma cordial e inalterável afeição,

 

Seu todo devotado amigo e irmão em N.S.

 

                                   Le Prevost





314 Os ASV possuem um rascunho muito elaborado desta carta.





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