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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 701 - 800 (1860 - 1861)
    • 757 - ao Sr. Risse
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757 - ao Sr. Risse

Unidade de visão e de sentimentos com a obra de Metz. Laço da caridade:“possamos acender em toda a parte o fogo divino”. Vantagem do retiro anual. Frutos das festas pascais nas obras. Utilidade das pequenas associações de piedade.

 

Vaugirard, 9 de abril de 1861

 

Caríssimo Senhor padre e filho em N.S.,

 

Há vários dias, quero responder à sua última e boa carta, os transtornos contínuos me impedem de fazê-lo. Hoje, passo por cima de tudo, não querendo deixar-lhe a impressão de que a gente esquece em casa e que sua sincera e cordial afeição é mal reconhecida. Longe disso, caríssimo amigo, agradeço a Deus, cada dia, por nos ter aproximado, e peço-Lhe para cimentar cada vez mais nossa união; tenha a certeza absoluta de que, de nosso lado, faremos tudo o que depender de nós para torná-la ao mesmo tempo íntima e frutuosa para o bem. Os dois bons meninos que você nos enviou começam felizmente a execução desses desígnios caridosos; formam-se sensivelmente e sempre nos dão boa esperança para o futuro; acostumam-se bem, aliás, entre nós e já estão aqui como se sempre tivessem vivido neste lugar. É que, no fundo, caro Senhor padre, após um pouco de tempo necessário para acostumarem-se com novos lugares e novos rostos, reencontraram entre nós o mesmo espírito, as mesmas obras, o mesmo tipo de pensamentos e de sentimentos que aqueles em que viviam em Metz; era a caridade que os havia atraído perto de você, espero que seja a caridade que os sustenta entre nós; a caridade! que palavra e que realidade, caríssimo amigo, e como o bom Mestre fez um lindo presente ao mundo, quando veio trazer esse fogo divino; possamos, segundo seus desígnios, acendê-lo em todo lugar em seu nome ao nosso redor!

 

Se os dois outros jovens amigos que você nos destina guardarem sempre suas boas resoluções, uma ocasião próxima pareceria favorável para realizá-las.

 

Teremos, no dia 21 deste mês, um retiro de alguns dias que nos será dado por um Ro Pe. Jesuíta [Ro Pe. Vézières] muito benevolente para conosco, e que tem um notável talento, ao mesmo tempo que muita piedade. Já, num outro ano, veio dar-nos o retiro durante cinco dias, ficamos encantados; não havia cansaço nenhum para ninguém, de tão clara, viva e cativante é sua palavra. Um pequeno retiro desse tipo é um bom começo e, desde a chegada, coloca bem nas disposições que fazem amar o serviço de Deus. Você julgará, todavia, caro Senhor padre, e seus bons jovens verão, eles mesmos, se nada se opõe a se organizarem para este momento; sei bem que uma saída é coisa sempre um pouco difícil e que, muitas vezes, não se pode efetuá-la no momento preciso; Deus proverá, se for sua santíssima vontade.

Acho, caro Senhor padre, que você terá tido, como nós, abundantes consolações em sua obra no tempo da Páscoa; parece que, neste ano, o Senhor tenha querido consolar seus servos nas tristezas que lhes causam as provações dolorosas da Igreja, sua Mãe; todos os nossos patronatos e o conjunto das obras que nos são confiadas tiveram, após os retiros, verdadeiros frutos de bênção. Vi com alegria que seus jovens também trabalharam da melhor forma possível para ajudá-lo e prepararam com zelo e perseverança um bom número de adultos para a primeira comunhão. Deus lhes retribuirá certamente o que fizeram por Ele.

 

O meio adotado por você, das pequenas associações de piedade, é excelente; com esse núcleo de sujeitos de elite, se conduz todo o resto, se faz para si agentes dedicados, sustenta-se e se eleva o espírito da obra; prosseguindo, você alegrar-se-á cada vez mais por ter consagrado a esses bons jovens alguns cuidados particulares; seu próprio progresso será sua primeira recompensa.

 

Permaneçamos bem unidos pela oração, caro Senhor padre; apesar de tudo o que fazemos, nossas correspondências não nos deixam acompanhar, senão bastante imperfeitamente, nossos movimentos respectivos, mas no Coração do divino Salvador, tudo se vê, tudo se sente, pois, na medida em que cresce a caridade, entra-se mais nessa santa inteligência das almas que se entendem sem movimento nem muito barulho de palavras. Espero que já estejamos um pouco assim pela confiança e pela afeição recíproca. Continuo nesses sentimentos, caro Senhor padre.

 

Seu todo devotado amigo e Pai em Jesus e Maria

 

                                   Le Prevost

 

N.B. Você me pediu, em uma de suas cartas que me recai na vista, se um jovem eclesiástico poderia, dado o caso, ser capelão dos órfãos em Metz. Eu não veria impossibilidade nessa combinação; estamos presentemente bem poucos, tenhamos confiança no futuro.

 

Temos imaginado confiar uma pequenina classe aos jovens Guichard e Bosmel, pensando que, ao ensinarem, aprenderiam; eles se dão bem com isso.

 




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