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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 701 - 800 (1860 - 1861)
    • 779 - ao Sr. Risse
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779 - ao Sr. Risse

Desculpas por uma resposta tardia. Desejos de boas-vindas; agradecimentos ao Bispo de Metz; o que é um coração de bispo. Concessão da Santa Reserva à capela de Chaville. Ter grande confiança em Deus. Não se perturbar diante das dificuldades vindouras.

 

Vaugirard, 7 de julho de 1861

 

Caríssimo Senhor padre e filho em N.S.,

 

As ocupações e diversos impedimentos reais, notadamente uma viagem a Amiens e a Arras, concorreram com certeza para atrasar um pouco minhas correspondências, mas um pouco de desordem e de irregularidade em meus trabalhos contribuíram também a isso; você poderia, então, caro Senhor padre, queixar-se com alguma razão de que, menos carregado, talvez, do que você por dificuldades e cuidados, eu esteja menos atento a lhe responder que você a nos prevenir; estou velho, fraco, doentio, eis aí a minha verdadeira desculpa; meus movimentos são lentos e meu trabalho pouco fácil; estou no caminho de muitas pessoas e muitos me abordam durante um dia; e, porém, eu poderia fazer melhor, confesso, e peço-lhe, caríssimo amigo, para ser indulgente para comigo.

 

Vemos aproximar-se com uma verdadeira alegria o momento que o trará entre nós. Você é tão exatamente daquela madeira com a qual se pode fazer um bom irmão de São Vicente de Paulo! Possamos não responder mal demais à sua confiança e dar satisfação à necessidade que você tem de abrir seu coração para que Deus e sua divina caridade o encham todo inteiro. Infelizmente, você verá que entre nós o homem natural ainda não está absolutamente morto e que, em quase todos, ele se reencontra em algum ponto, mas todos, ao menos, têm o bom e sincero desejo de agir melhor e de salvar algumas almas, ganhando eles mesmos o Céu. Seus caros filhos não são os menos bons, todos os quatro dão cordialmente sua colaboração no trabalho das obras, acompanham os exercícios com piedade e interesse, enfim são dóceis, sociáveis e verdadeiros homens de boa vontade. O futuro nos mostrará com certeza em cada um deles alguma imperfeição inevitável, mas acredito que o fundo é bom e dará substância suficiente para fazer deles todos verdadeiros servos de Deus.

 

Não saberíamos testemunhar demais gratidão a Monsenhor de Metz, que se mostra tão benevolente e o doa tão generosamente a nós; usaremos discretamente de sua confiança e evitaremos fazer algo que possa comprometer em qualquer coisa o bem que se realiza por você e por sua obra na região; procuraremos, ao contrário, firmá-lo e assegurar-lhe a duração no futuro. Somos, de resto, cumulados de benevolência por todos os bispos sob cujos olhos temos alguma obra a realizar; é um amável estudo, o de um coração de Bispo; evidentemente, a ação de uma graça superabundante é sensível nele, a elevação das vistas, a amplitude das afeições são manifestas nele; nas fileiras inferiores do clero, encontramos às vezes algumas dificuldades, mas elas foram sem gravidade até agora; espero que, com prudência e, sobretudo, com o espírito de simplicidade e de conciliação, conseguiremos tornar acessível para nós um caminho onde, sem prejudicar a ação dos outros, poderemos fazer uma parte do que escapa ao zelo e à boa vontade do clero das paróquias.

 

Tivemos, nestes últimos dias, uma nova marca da condescendência dos Primeiros Pastores para conosco. Monsenhor o Bispo de Versailles nos concedeu, para a casa de repouso e de convalescença que temos em Chaville, a licença de guardar o Santíssimo Sacramento em nossa pequena capela e diversos outros privilégios que nos tornarão essa morada mais útil e mais agradável; o bom Mestre nos cumula de ternuras; ajude-nos, caro Senhor padre, a agradecer-Lhe por isso.

 

Um jovem eclesiástico, conhecido seu, muito atraído para as obras de caridade de que já se ocupa com predileção, o padre Auger, nos fez algumas aberturas para associar-se a nós. O Sr. Carbon, que o dirige, o inclina para este lado; recomendo essa vocação a suas orações e sacrifícios.

 

Desejo, caríssimo amigo, que você tenha a alma bem em paz para o que diz respeito ao futuro; conte muito, mas muito, nunca será demais, com a ajuda misericordiosa do divino Senhor; Ele quer nossa união, Ele quer que você tenha ao redor de si ajudantes dedicados e totalmente doados como você a seu serviço, deixe-O fazer, Ele porá a mão em tudo; se você soubesse como Ele multiplica os milagres para aqueles que se dão a Ele inteiramente, e isso tão simplesmente, tão habilmente ao mesmo tempo, que toda aparência maravilhosa parece apagar-se; refletindo, porém, não se pode errar, apanha-se em flagrante a mão do adorável benfeitor. Confiança, abandono, se você caminhar em paz nesse caminho, tudo terá um final feliz.

 

Não respondi imediatamente às propostas que você me comunicava relativamente ao afastamento absoluto de sua boa empregada doméstica. Não estava vendo bastante como você poderia suprir seu serviço; o meio termo que você pensa em tomar parece-me melhor e mais prudente.

 

Quanto ao despojamento, o essencial está feito, já que está consumado em seu coração; para sua realização exterior, ela poderia ser adiada até o tempo de seus votos; deixaremos, todavia, agir o Espírito Santo, de quem é preciso seguir os movimentos. Acho bom, de resto, seu modo de encarar a repartição.

Para a tentação, deixemos latir o demônio, ele está amarrado, só poderia nos atingir se fossemos voluntariamente a ele; o divino Mestre, a Santíssima Virgem e nosso bom anjo da guarda vigiam conosco; como somos bem guardados! Permaneçamos com eles, nenhum mal nos será feito.

 

Permaneço, caro Senhor padre, assim como todos os nossos irmãos, bem ternamente unido a você em Jesus e Maria.

 

Seu todo devotado amigo e Pai,

 

                                   Le Prevost

 




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