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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1 - 100 (1827 - 1843)
    • 28 - ao Sr. Levassor
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28 - ao Sr. Levassor 

Continuação das providências para o emprego proposto ao Sr. Levassor. Atividades caridosas do Sr. Le Prevost. Ele confia a Deus sua última esperança a respeito de sua associação.

 

Paris,  3 de outubro de 1834

            O atraso que sofreu nossa correspondência, meu caro amigo, não se deve a qualquer motivo de negligência, assim como sua engenhosa caridade o fez de antemão presumir, mas simplesmente a essa persuasão em que me encontrava, de que você devia passar por aqui nos últimos dias de setembro. Imaginava que era na ida para Rouen e não na sua volta de lá que você atravessaria Paris. Se não me engano, sua carta me tinha primeiramente dado esta impressão. Assim sendo, parecia-me inútil escrever-lhe na véspera de sua chegada. Estava pronto para responder verbalmente às diversas perguntas que você tinha-me dirigido, e tinha-me preparado para isso. Sua última pergunta não me pega, portanto, em falta nem despreparado; se minha resposta não partiu pelo próximo correio, a fim de encontrá-lo ainda em Chartres, é que me foi impossível, ontem, obter o endereço de Dona Delatre. A Sra. Pianet pediu-me que voltasse para isso hoje à casa dela, e me obrigou assim a um atraso de um dia.

     O Sr. Gardet, a quem perguntei de novo, segundo seu desejo, sobre a natureza dos empregos que oferecia procurar-lhe, respondeu-me que não tinha nenhum dado preciso a esse respeito, que somente presumia, a partir das próprias palavras que havia-lhe transmitido seu pai, que esses empregos eram suaves e fáceis; talvez se possa presumir que são alguns negócios de palácio. Ele espera, aliás, sua resposta impacientemente para, ele próprio,responder de maneira decidida. Ele me repetiu que, de vez em quando, outros negócios lhe eram também oferecidos, que  os recusava habitualmente por causa de sua repugnância pela prática, mas que lhos transmitiria se você mesmo quisesse dar-lhes um pouco de seu tempo. Poderia parecer-lhe esquisito que o Sr. Gardet não tivesse tomado informações mais precisas sobre o assunto. Eis a explicação que  me deu a respeito: o escrivão que fez a oferta para ele a seu pai é um antigo amigo de sua família que lhe demonstrou, a ele pessoalmente, muita benevolência durante sua infância, mas de quem suas ocupações o afastaram há vários anos. Ora, parcimonioso como é de seu tempo, o Sr. Gerbet não gostaria de reatar laços com o escrivão em questão nem retomar relações que o obrigariam, depois, a um intercâmbio constante, se essas relações não hão de ser proveitosas a ele ou a você. Assim, se sua resposta for afirmativa, ele irá ver o escrivão, se for negativa, ele o fará agradecer gentilmente por seu pai e ele mesmo ficará quieto. Procure se contentar com isso.

 

            Não tinha descuidado também do negócio dos aluguéis, apesar de não entender por que motivo você desejava que o seu fosse pago tanto tempo antes do vencimento. Passei pela casa de sua porteira para entregar-lhe o dinheiro, o dono estava por alguns dias no campo e não tinha deixado o recibo; na sua volta deviam trazê-lo para mim e receber a importância. Não vieram, passarei por ali de novo.

 

            Faz alguns dias que não vejo Dona Meslin. Eu a verei também antes do vencimento do prazo. Necessitei dar-lhe até agora 25f para viver, mas ela me prometeu que durante todo o mês de outubro, graças à generosidade do irmão de você, ela não teria necessidade de recorrer à sua bondade. A boa Sra. Dorne vem visitar-me de vez em quando; ficou muitas semanas sem trabalho, mas enfim agora encontrou. Além disso proporcionei-lhe um pequeno trabalho de faxina de 8f por mês, que a ajuda um pouco. O jovem artista não me devolveu até agora os 10f que devem prover o seu aluguel. Sentia alguma repugnância em ir ter com ele, propositalmente para pedir-lhe esse dinheiro, mas, se o julgar bom, irei. Você me dirá isso na sua resposta. Caberia a mim responder a todas as boas e graves coisas que contém sua carta de ontem, mas, além de que me falta o espaço, teria o receio de que uma matéria tão séria não seja conveniente no meio de um casamento; portanto, limito-me, para tranqüilizá-lo ao menos desse lado, a dizer-lhe, meu querido amigo, que eu, de jeito nenhum, entenderia que sua associação comigo pudesse privá-lo de qualquer vantagem futura, menos ainda o impedisse de realizar alguma resolução santa, que, em todos os casos, as coisas se ajeitariam entre nós diante de Deus, segundo a caridade e a justiça e com tanto menos pena, espero, que os sentimentos tão afetuosos que nos unem tornariam, de ambos os lados, os sacrifícios suaves e fáceis. Tenha, portanto, meu caro Adolphe, o espírito descansado para tudo o que me diz respeito; desejo bem sinceramente, ao tornar-me seu associado, não deixar de ser ao mesmo tempo seu amigo e seu irmão. Esses títulos reunidos saberão tudo aplainar e conciliar entre nós, tenho a firme convicção disso.

 

            Adeus, até logo, abraço-o cordialmente e sou todo seu em J.C.

 

 

                                               Le Prevost

 




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