Morte do
Sr. Girard, “falecido em conseqüência de seus trabalhos pelo serviço de Deus e
da Igreja”. Práticas de piedade no Instituto. Progresso da obra de Roma.
Chaville, 28 de outubro de 1868
Caríssimo amigo
e filho em N.S.,
Na
segunda-feira, acompanhamos os restos mortais de nosso caro irmão Sr. Girard,
que foram depositados no jazigo comum, embora ainda não tivesse votos. Foi em
conseqüência de seus trabalhos pelo serviço de Deus e da Igreja que faleceu:
esse título valia certamente algum tempo de antiguidade a mais. A cerimônia foi
piedosa e fraterna. Sua família, os que o amaram e o apreciaram nas obras
estavam conosco. Rezamos por ele agora. Nossos irmãos eclesiásticos rezam em
sua intenção 3 missas, os irmãos leigos oferecem na mesma intenção 3 comunhões
e 3 Santos Sacrifícios.
O jovem
Digeon não pode tomar lugar na Comunidade, os que o conhecem bem acham que não
faria o bem nela.
Não vejo
inconveniente em dar o crucifixo ao Sr. Watelet e em fazer começar seu
noviciado a partir do dia 1o de novembro, já que lhe dá satisfação e
boa esperança para o futuro. Eu também tenho confiança como você.
Para o De
profundis, era uma devoção de pura boa vontade. Precisaria, portanto, que
houvesse atração da maioria para ela e que não viesse a sobrecarregar as outras
devoções: já, à noite, se diz o De profundis. Parece que essa repetição
pode ser deixada ao livre movimento de cada um.
Há um
consenso, com efeito, para se oferecer o Santo Sacrifício uma vez por semana
nas minhas intenções, quer dizer para os interesses mais graves da Igreja e de
nossa pequena família, dois interesses que se confundem e são habitualmente os
mesmos para mim. Alguns, por causa da pobreza de suas obras, tiveram menos
exatidão do que era preciso, para essa prática de fé. Acho que ela é salutar,
Deus nos devolverá o que fizermos assim, em espírito de piedade e de confiança.
O
privilégio de que gozamos para a recitação do ofício pro clero romano atinge
todos os eclesiásticos que pertencem à Comunidade. Isso se entende: o Santo
Padre, que procura tão perseverantemente a unidade, não a poderia ter
quebrado aí onde é tão necessária, numa Comunidade.
Entrego
somente agora ao Sr. Faÿ a parte que você me manda do questionário; portanto,
ainda não teve o tempo para agradecer-lhe, ele o fará.
Recebo boas
notícias de Roma, nossos irmãos vão bem. Os Círculos se posicionam de modo a
fazer pensar que serão realmente úteis. Com o tempo, a confiança vem, os
relacionamentos tornam-se mais íntimos entre os militares e nossos irmãos.
Continuemos a rezar por essa obra e por tantas e tantas necessidades, às quais
não sabemos dar satisfação de outra maneira. Felizmente, esse meio é soberano,
atinge tudo, abraça e mexe com tudo: que maravilha! E essa capacidade, Deus a
entregou em nossa mão! Que Ele seja bendito por essa imensa misericórdia!
Adeus, meu
caríssimo filho. Escrevendo-lhe, lamento não mandar também algumas palavras a
cada um de nossos irmãos. Sinto que seria bom e consolador em Amiens e em outro
lugar também, mas não sei dar conta. Acuso a lentidão desse processo de
expansão chamado de escritura. Talvez a incapacidade venha de meu próprio
fundo.
Seja como
for, assegure todos esses bons irmãos Caille e Marcaire e Trousseau, Watelet,
Barthélemy [Marchand], Bérard, Gérold de todos os meus sentimentos ternamente
devotados em N.S.
Seu
afeiçoado amigo e Pai
Le Prevost
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