Reconhecimento
legal: o Sr. Le Prevost especifica os motivos para recusá-lo. Passeio a
Amiens.
Chaville,
10 de agosto de 1869
Meu
bom amigo e filho em N.S.,
Examinamos
no Conselho o projeto de reconhecimento das casas Saint Jacques e des Watelets
como estabelecimentos de utilidade pública. Segundo o parecer unânime de todos
os membros reunidos, semelhante medida ofereceria mais inconvenientes do que
vantagens e, se fosse por nossa decisão, não nos pronunciaríamos
afirmativamente. Todavia, nas vistas e na posição em que se colocam os Senhores
de sua Comissão, é possível que essa combinação, em certo sentido, esteja
aceitável. Mas para nós, Comunidade, mas para você, sobretudo, que já teve que
sofrer tanto das dependências que lhe foram impostas pelo Sr. Cacheleux e todos
os que cercam você, quase sem exceção, é evidente que devemos guardar a todo o
custo nossa liberdade de ação em relação à casa da rua de Noyon.
Essa
liberdade seria comprometida, mais ou menos gravemente, se deixasse introduzir
na ata que deve servir para o reconhecimento da Sociedade, que esses Senhores
querem fazer aprovar oficialmente, a promessa de que essa casa será emprestada
às obras dessa Sociedade. Haveria nisso como que um compromisso talvez difícil
de desfazer em caso de mal-entendidos com ela. Pedimos, então, que não se faça
menção alguma disso. Emprestaremos de bom grado essa casa para o uso do
patronato, é bem nossa formal e constante intenção, mas esse empréstimo deve
ser inteiramente livre e nossa independência deve permanecer perfeita.
Se
as duas casas de Notre Dame des Victoires forem reconhecidas oficialmente, uma
Comissão, oficial também, vai ser formada; o Presidente, que deve ter uma
grande autoridade, é escolhido pela Administração Departamental. Todas as
disposições para a execução das obras, todas as despesas, todo o movimento, em
uma palavra, será regrado detalhada e minuciosamente por essa Comissão.
Semelhante direção pode ser muito embaraçosa muitas vezes, e seria talvez
intolerável se os pontos de vista viessem a diferir muito essencialmente dos
nossos. Importa, portanto, não no-la impormos, já que podemos, guardando nossa
liberdade inteira como proprietários da casa da rua de Noyon, medir, a nosso
bel prazer, a ingerência que a Comissão quereria se atribuir nas obras que ali
se realizam. Se essa ingerência ficar sábia e prudente, andaremos em boa
harmonia; ao contrário, se embaraçosa, impertinente ou malévola, seríamos
fortes para afastá-la. Ora, será tanto mais prudente, medida e sábia que
tivermos, a seu respeito, uma posição mais nitidamente assentada e mais
desimpedida.
Passo
para um assunto menos sério. O Sr. padre Faÿ, tendo prometido a seus oito
estudantes latinistas [Srs. Frézet, Vernay, Rousseau (estudos acabados no dia
15 de agosto), Chupin, Pialot, Lepage, Herlicq, Sauvage, Lefebvre] um passeio
extraordinário durante suas férias, teria o desejo de levá-los a Amiens no dia
23 deste mês. Pergunta-lhe se poderia dispor, para uma noite, de uma sala onde
seriam colocadas enxergas e cobertas. Essa acomodação bastaria para esses
jovens pouco difíceis de satisfazer. Seriam acompanhados pelos Srs. Faÿ, Hello
e Planchat, talvez também pelo Sr. Alphonse Vasseur; no total 12, no máximo.
Será seguramente um embaraço a mais a acrescentar aos outros que lhe são
ordinários, mas será breve e não se renovará antes de muito tempo. Não quis,
porém, dar licença para essa excursão antes de tê-lo consultado.
Confio
que o Sr. Joseph Bouchy, levado para sua casa pelo Sr. de Varax, poderá lhe ser
útil. Logo que estiver a par de suas funções, poderão nos mandar o Sr. Gérold.
Após a ordenação do Sr. Trousseau, trarão também de volta para nós o Sr. Ginet,
para descarregar Amiens que, evidentemente, estaria embaraçada com um
pessoal numeroso demais.
Adeus,
meu excelente amigo. Rezo por você, por seus irmãos, por suas obras. Confio que
Deus e a Santa Virgem ouvirão meus votos.
Seu
todo devotado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
Acho
que o Sr. Georges [de Lauriston] lhe acusou recepção da sarja e a
lançou na conta.
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