Pequena
crônica de Chaville. Influência do Pe. Pittar. Humildade. Embaraços financeiros.
Desejo de apostolado: seria doce ao Sr. Le Prevost terminar sua vida no meio
dos pobres.
Chaville, 30 de janeiro de 1872
Meu caro amigo e filho em N.S.,
Queria responder prontamente à sua amigável carta, um mal-estar
de saúde em primeiro lugar, e, ontem, a festa de São Francisco de Sales me
obrigaram a algum atraso.
Os detalhes nos quais quer bondosamente entrar a
respeito de nossas casas de Amiens e de Tournai são mais tranqüilizadores e de
melhor augúrio que ousava esperá-los. É mais um testemunho da bondade divina
que supre em todo lugar nossas insuficiências vendo, suponho, que temos a
sabedoria de reconhecê-las e de nos humilhar.
A casa de
Chaville, em grande parte, foi ontem, desde cedo, a Vaugirard para a festa que
se passou muito bem. O Sr. Lantiez falou na missa muito convenientemente, e o
Sr. Hello muito amavelmente nas vésperas. Tive que me ausentar uma parte do dia
para me arrastar, assim-assim, para perto do Sr. Guillemin, Presidente da Conferência
Saint Sulpice, muito gravemente atingido por um tipo de abcesso no pescoço,
mais ou menos como o Pe. Gratry, retido na Suíça por um mal semelhante. Achei
esse velho amigo (tem mais de 80 anos) muito mudado e abatido. Recomenda-se às
nossas orações. Abandonou os médicos para se entregar a um curandeiro, cujo
tratamento pelos simples lhe sucede melhor, assegura. Em Vaugirard, o dia foi
agradável no seu conjunto. Os Srs. Hello e Maignen, convidados a comer no
Noviciado, ficaram muito satisfeitos com a ordem do exercício e com o bom
comportamento dos irmãos. Concebem disso as melhores esperanças para a feliz
influência que exercerá entre nós a presença do R.P. Pittar. Enfim, começam a
despontar essa modéstia e essa composição religiosa que nos faltavam e de que
desejávamos a vinda. O passo para frente, a ser dado por esta pobre pequena
Congregação, está sendo dado, ei-la avançando. Digne-se o Senhor ampará-la
durante a caminhada! À noite, o bom Padre alegrou a reunião cantando, e também
lendo um diálogo que foi achado muito interessante. Quanto a mim, tivera de me
retirar ao anoitecer, já que meu carrinho não anda com segurança na escuridão.
Fazendo meu
exame no dia de São Francisco de Sales, achei que, duas ou três vezes, no
Conselho, dei meu parecer de um modo categórico e não bastante calmo. É o
efeito de uma impressionabilidade que cede ao primeiro movimento e precede a
reflexão. Acho que seria melhor, se não achar obstáculo, que enunciasse meu
sentimento após nossos outros irmãos. De resto, avisado por essa surpresa,
ficarei de sobreaviso para evitar alguma recaída. Não esquecerei, espero, que
meu papel quase único é doravante rezar por todos e concorrer para a união
cordial entre todos. Farei questão disso com toda a minha boa vontade.
O Sr. de
Lambel veio, sábado, nos visitar. Pediu particularmente para vê-lo. Faz uma
ausência de uns dez dias, suponho que, na sua volta, o verá em Vaugirard.
Ontem, um
jovem postulante, colega do Sr. Vialloux, viu o Sr. Lantiez e eu, e o Sr.
Chaverot também. Teria desejado uma pronta resposta, já tendo visitado o Sr.
Lantiez em Nazareth há alguns dias. Fiquei satisfeito à primeira vista,
limitando-me a receber sua visita. O Sr. Lantiez, que pôde examiná-lo melhor,
vai lhe escrever.
O Sr.
Audrin parece muito preocupado com seus pagamentos de fim de mês. Acho que
poderia lhe entregar 500f.
O Sr. de Caulaincourt, sabendo por sua irmã [Sra. d’Hurbal] que Chaville foi
muito devastado pelos Prussianos, me concedeu essa ajuda. Embora não
estejamos folgados, não estamos provisoriamente em apuros, devido aos cupons do
semestre que acabam de nos ser pagos. Essa ajuda, aliás, seria somente uma
compensação, pois o resto da importância que você me confiara foi absorvido,
nos primeiros dias de janeiro, por umas antigas contas atrasadas há mais ou
menos tempo. Você julgaria se precisa juntar a esses 500f, 270f pertencentes aos irmãos
Faÿ, como resto de sucessão. Foram remetidos entre minhas mãos no momento em
que morria nosso caro padre, e os considerava como destinados aos gastos de sua
sepultura. Embora provindo de um capital, poderiam, sem dúvida, dada sua mínima
importância, ser aplicados às despesas correntes. Você decidirá sobre isso.
Anotei o emprego dos fundos que me tinha confiado, vou prestar-lhe contas.
A situação
nova em que me encontro me deixa um pouco de vazio do lado da expansão, tinha
pensado que me seria salutar tomar parte nas confissões dos pobres e dos
operários em
alguma Santa Família. Pensando bem, descubro muitas objeções
a esse movimento exterior, mas isso me atrairia. Seria doce para mim, que
comecei entre os pobres, terminar também no meio deles. Vou lhe expor, na sua
volta o pró e o contra, e você me dirá seu parecer.
Adeus, meu
caro amigo. Amparamo-lo da melhor forma possível diante de Deus, e não nos esquecemos
dos cansaços e dos trabalhos inevitáveis de sua excursão. Acredite em todos os
meus sentimentos afetuosos e devotados em N.S.
Seu amigo e
Pai
Le Prevost