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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 122.1 - à Sra. Le Prevost (nascida de Lafond)
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122.1 - à Sra. Le Prevost (nascida de Lafond)132

Pedido de separação. Ele deseja um consentimento nítido e preciso.

 

30 de abril de 1845

 

            Querida amiga,

 

            A sobrecarga de meus trabalhos, o esgotamento sempre maior de minha saúde que me obriga a seguir outro regime de vida, enfim a necessidade de definir mais nitidamente minha posição por demais dividida entre obrigações diversas, me determinam definitivamente a deixar a administração e a aposentar-me. Não tomei esta decisão sem reflexões amadurecidas. Examinei bem, tanto para você quanto para mim, quais seriam as conseqüências, e me convenci de que, sem prejuízo algum para você, me asseguraria um pouco do descanso de que sinto a mais urgente necessidade.

 

            A independência de seus recursos próprios, a insuficiência dos meus para acrescentar algo de favorável à sua existência, a diferença dos nossos hábitos, a raridade de nossos relacionamentos, tudo me persuade de que minha determinação nada mudará, na verdade, em sua situação, que eu não gostaria, por nada neste mundo, nem de piorar nem de perturbar. A minha modesta aposentadoria não me deixará senão a escolha de dois meios: viver no campo, ou retirar-me numa Comunidade. O primeiro não conviria muito aos meus hábitos e às minhas necessidades. Só forçado  recorreria a ele,  caso minha saúde se alterasse cada vez mais. Só o segundo me parece viável e é nele que me detive definitivamente; mas, para tal, querida amiga, preciso de seu assentimento e o espero da sua boa vontade, como de sua afeição por mim.

 

            Tenho ainda, parece-me, algum bem a fazer. É minha única porção neste mundo e será também meu único legado. O que me resta de forças e de dias será suficiente talvez, não quereria me recusar a isso. Pense bem nisso, por favor, querida amiga, um dia ou dois, e escreva-me algumas linhas de resposta bem nítida e bem positiva. Não é um consentimento arrancado e forçado que peço: equivaleria para mim a uma recusa e eu não poderia, nem quereria usá-lo; é um assentimento livre, simples, e cordial que coloque meu espírito em paz e nos deixe um para com o outro numa união verdadeira e em boa disposição de coração.

 

            Se achar, querida amiga, que pode me dar um tal assentimento, o receberia com gratidão. Se fosse diferente, eu não insistiria, decidido de antemão, quaisquer que sejam as conseqüências, a manter até o fim todas as obrigações que me são impostas.

                                               [L.P.

 





132 Das cartas ou bilhetes enviados à sua mulher pelo Sr. LP., as ASV. possuem apenas cópias ou rascunhos (no número de 9). Os originais das respostas estão nas ASV.





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