Notícias de sua mãe. O
Sr. Le Prevost reafirma seu desejo de vida comum.
Duclair, 11 de novembro de 1845
Meu querido irmão,
A terna afeição que você tem a caridade de me conceder lhe faz desejar, tenho
certeza, receber algumas linhas que o associem à minha esperança ou à minha
aflição. O estado em que encontrei minha pobre mãe é bem grave e bem
inquietante; no entanto, a febre esteve, desde ontem, um pouco menos
forte e a noite foi mais calma. Seus membros estão sempre em um estado de
paralisia absoluta e ela não toma absolutamente nada senão algumas colheradas
de água de groselha e alguns grãos de uva. Na sua idade, um tal regime não
poderia durar muito, sem graves acidentes. Estamos, portanto, em uma grande
inquietude e tememos muito um funesto acontecimento. De resto, nossa querida
doente tem toda sua presença de espírito, pude há pouco fazer-lhe uma leitura
piedosa, que ela escutou e acompanhou com muita atenção. Isso me deixa ainda
alguma confiança de que poderia recobrar forças e ainda nos ser conservada um
pouco de tempo; que a santíssima vontade do Senhor se cumpra: somente ele sabe
o segredo de nossas almas e discerne quando são maduras para o Céu.
Meu dia passa em cuidados em todos os instantes e não tenho, nem terei
sem dúvida, durante minha estada aqui, senão um pouco de recolhimento. Reze,
portanto, por mim, meu querido irmão, você que faz comigo causa tão comum que
nossos corações e nossas almas são solidários; reze também por minha bem-amada mãe,
a fim de que todo acontecimento, qualquer que seja, contribua para a sua
vantagem e seja um passo rumo ao Céu.
Peço-lhe, meu bom irmão, escrevendo ao nosso querido Senhor de Angers, de me
desculpar junto a ele e de lhe oferecer meu respeito, assegurando-o de que fico
sempre afeiçoado a você e bem decidido a me unir a você, se Deus se dignar
aceitar meu sacrifício.
Escreverei ao Sr. Maignen amanhã, espero, assegure-o, enquanto isso, da minha
terna e cristã afeição. Dê também notícias minhas àqueles de nossos amigos que
estão perto de você e recomende minha boa mãe às suas orações.
Adeus, meu bom irmão, coloco-me junto com você no coração de nosso divino
Senhor, a fim de aliviar o pesar bem sincero e bem verdadeiro que me causa sua
ausência.
Seu em Jesus e Maria
Le Prevost
P.S. Peço-lhe, meu caro irmão, para retirar da
sala da biblioteca da Santa Família um tipo de pasta aberta que você conhece.
Ela está perto da imagem da Santa Virgem, atrás de uma lâmpada; contém alguns
papéis que me são pessoais e que acho bom deixar somente em suas mãos.
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