Projeto de
ampliação de uma capela: não se precipitar, não se obrigar a despesas
excessivas. Poupar as saúdes.
Vaugirard,
14 de março de 1866
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Recebemos
com satisfação, como sempre, sua última carta e os detalhes interessantes que
contém, tanto sobre o pessoal de sua comunidade como sobre suas obras.
O
ponto capital, sobre seus trabalhos de zelo, seria a necessidade, que lhe
pareceria evidente, de ampliar sua pequena capela do coral. A disposição
pareceria ter, com efeito, alguma vantagem para suas reuniões; mas não é andar
depressa demais, quando já tem sobrecarga em suas ocupações? O número das
assembléias não talvez não aumentasse, mas os cuidados, os relacionamentos
pessoais, os movimentos de todo tipo cresceriam com o espaço da capela.
Por
outro lado, a despesa, que julga quase certamente muito mínima, porque as
avaliações em projeto são sempre muito simples, não deixaria de subir ainda
bastante para lhe criar algum embaraço financeiro. Pareceria-me absolutamente
impossível que sua comunidade tomasse essa despesa a seu cargo, e não vejo como
poderia, de outra forma, ser paga. A pequena planta que me esboçou indica,
atrás de seu altar atual, um muro que deve ter uma certa importância na
construção. Se é assim, como tudo anuncia, a única maneira de tirá-lo seria
através de obras notáveis, para assegurar a solidez dessa parte da casa e, por
conseguinte, exigiria despesas consideráveis. Em Grenelle, uma obra semelhante
exigiu grandes precauções e ocasionou uma enorme despesa. O Conselho da
Comunidade, ao qual falava desse projeto, exprimia o pensamento de, para dar um
parecer, precisar de informações sobre estes pontos: importância real das
obras, taxa bem certa da despesa, enfim meios assegurados de provê-la fora dos
recursos, já mal suficientes, da comunidade.
Nosso
caro Sr. Alexandre [Legrand], que me parece felizmente bem restabelecido para
sua saúde, me fala do próximo retiro e pergunta se temos algum projeto em
relação aos que poderão tomar parte. A grande distância em que estão e o número
elevado das despesas de viagem pede para você, mais ainda do que para os
outros, uma certa circunspeção para esses deslocamentos. Você julgará,
caríssimo amigo, quais as proposições que acreditaria dever nos fazer, para a
escolha de tais ou tais de seus irmãos, que lhe pareceriam mais particularmente
dever ser enviados. Pensávamos, todos, que você poderia, pelo intermédio de
Monsenhor de Angers ou talvez também de algum dos protetores de suas obras,
obter o favor de meios-lugares para suas viagens, seja ordinariamente, seja de
vez em quando. Examine
se essa tentativa deve ser feita.
Poupe
suas forças e as de seus irmãos. O Sr. Laroche se restabelece penosamente e arrasta
seu langor. O Sr. Lantiez está obrigado a visitar essa casa nestes dias, para
assegurar-se de que podem funcionar, no entanto, e suportar seu fardo
costumeiro.
Adeus,
caríssimo amigo, assegure nossos irmãos de minha terna afeição, da qual você
tomará uma boa parte, que não diminuirá a dos outros.
Seu
amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
O
retiro, segundo nosso desejo, começaria na noite do domingo do Bom Pastor, dia
15 de abril, mas, até agora, não temos Padre para no-lo dar.
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