Conclusão
Do que foi dito, pode-se concluir que o
apelo dirigido por João Paulo II à Igreja para que marque o ano jubilar com uma
admissão de culpa por todos os sofrimentos e ofensas pelos quais os seus filhos
foram responsáveis no passado (cf. TMA 33-36), assim como a prática a ela
associada, não tem uma correspondência unívoca no testemunho bíblico. Contudo,
ele está fundado em quanto a Sagrada Escritura afirma a respeito da santidade
de Deus, da solidariedade intergeracional do Seu povo e do reconhecimento do
seu ser pecador. O apelo do Papa, além disso, apreende correctamente o espírito
do Jubileu bíblico, que pede sejam cumpridos actos com vista a restabelecer a
ordem do originário desígnio de Deus sobre a criação. Isso exige que a
proclamação do "hoje" do Jubileu, iniciada por Jesus (cf. Lc 4,21),
seja prosseguida na celebração jubilar da Sua Igreja. Esta singular experiência
de graça, além do mais, leva o inteiro povo de Deus, como cada um dos baptizados,
a tomar ainda maior consciência do mandato recebido do Senhor, de estarmos
sempre prontos a perdoar as ofensas recebidas.
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