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Comissão Teológica Internacional
Memória e reconciliação

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  • 3. FUNDAMENTAÇÃO TEOLÓGICA
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3. FUNDAMENTAÇÃO TEOLÓGICA

 

"Assim, quando o segundo milénio já se encaminha para o seu termo, é justo que a Igreja assuma com maior consciência o peso do pecado dos seus filhos, recordando todas aquelas circunstâncias em que, no arco da história, eles se afastaram do espírito de Cristo e do seu Evangelho, oferecendo ao mundo, em vez do testemunho de uma vida inspirada nos valores da , o espectáculo de modos de pensar e agir que eram verdadeiras formas de antitestemunho e de escândalo. Embora sendo santa pela sua incorporação em Cristo, a Igreja não se cansa de fazer penitência: ela reconhece sempre como próprios, diante de Deus e dos homens, os filhos pecadores." (TMA 33) Estas palavras de João Paulo II sublinham como a Igreja é tocada pelo pecado dos seus filhos: santa, enquanto tornada tal pelo Pai mediante o sacrifício do Filho e o dom do Espírito, ela é de certo modo também pecadora, porquanto assume realmente em si o pecado daqueles que ela própria gerou no baptismo, tal como Jesus Cristo assumiu o pecado do mundo (cf. Rm 8,3; 2Co 5,21; Gl 3,13; 1Pd 2,24).23 Pertence, aliás, à mais profunda autoconsciência eclesial existindo no tempo, a convicção de que a Igreja não é só uma comunidade de eleitos mas tem no seu seio os justos e os pecadores do presente, assim como os do passado, na unidade do mistério que a constitui. De facto, na graça como na ferida do pecado, os baptizados de hoje estão próximos e solidários dos de ontem. Por isso se pode dizer que a Igreja - una no tempo e no espaço em Cristo e no Espírito - é verdadeiramente "santa e simultaneamente sempre necessitada de purificação" (LG 8). Deste paradoxo - característico do mistério eclesial - nasce a interrogação sobre como se conciliam os dois aspectos: por um lado, a afirmação de na santidade da Igreja e, por outro, a sua contínua necessidade de penitência e purificação.




23. Pense-se no motivo - presente em autores cristãos de diferentes épocas - de censura à Igreja pelas suas culpas, de que é exemplo entre os mais representativos o Liber asceticus de Máximo Confessor: PL 90, 912-956.






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